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Endividamento das famílias derruba vendas do comércio paraense

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Endividamento das famílias derruba vendas do comércio paraense

24/05/2016 15:11:25

Boletim do Comércio Varejista e Serviços foi lançado ontem, (23) na ACP e apresentou dados técnicos sobre a economia do setor.

Aproximadamente 31% do orçamento das famílias paraenses está comprometido com o pagamento de dívidas por, no mínimo, seis meses. A parcela da renda comprometida com dívidas já ultrapassa, portanto, o limite prudencial de 30%. Segundo pesquisa da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), em parceria com Associação Comercial do Pará (ACP), a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Pará (Fecomércio-PA) e o Sindicato dos Lojistas do Comércio de Belém (Sindilojas) divulgada ontem, em Belém, esse é um dos fatores que explicam a redução do consumo  no comércio paraense, já que as vendas no varejo e o volume de serviços ofertados apresentaram recuo de 8,9% e de 2,7%, respectivamente, no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2015, no Estado.

Ainda segundo o estudo, embora no acumulado do ano até março tenha havido retração no endividamento das famílias paraenses, que passou de 75,7% em janeiro para 74,9% em março, o resultado ainda é maior se comparado ao do primeiro trimestre de 2015, quando o endividamento foi de 64,7% e, como agravante da renda comprometida com dívidas futuras, a média de inadimplentes, que no ano anterior, já era expressiva (18,26%), nos três primeiros meses deste ano foi de 37,2%.

No setor de serviços, a retração esteve presente em 20 das 27 unidades federativas, implicando um recuo de 5%. Já no setor varejista, o impacto da redução nas vendas foi generalizado, ao registrar recuo de 7% no acumulado de janeiro a março deste ano em todos os estados brasileiros. Esses dados estão no Boletim do Comércio Varejista e Serviços, referentes ao primeiro trimestre e divulgado no auditório da ACP, pela Fapespa. Presidente da Fundação de Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas, Eduardo Costa disse que o Boletim mostra que, no primeiro trimestre, as vendas do comércio varejista caíram 8,9%. “Fatores como inflação, aumento da carga tributária e aumento do desemprego ajudam a explicar a diminuição das vendas no comércio varejista do Pará”, afirmou.

O estudo mostra que 75% das famílias estão superendividadas e 8,9% delas já não conseguem pagar suas dívidas, o que, conforme Costa, compromete a “capacidade de compra futura dessas famílias” e “impacta também no comércio do Pará”.

Representando a Fecomércio-PA e também presidente do Sindilojas, Joy Colares disse que ”a pesquisa mostra, infelizmente, uma realidade, uma situação que o comércio vive em função de algumas medidas que foram tomadas no passado pelo poder público federal. Uma dessas medidas é o incentivo ao crédito. Foram financiados vários bens, entre os quais veículos e apartamentos, com juros até então de certa forma subsídios, em função de que havia o mascaramento nos índices de inflação. Depois, veio uma abrupta mudança: os juros aumentaram e o crédito foi cortado. Hoje, para você adquirir um produto, o custo é muito alto, o que diminui o poder aquisitivo da população. Além do que, tem a questão dos prazos (72, 84 meses), cujas prestações ainda estão sendo pagas”.

Há, também, conforme Colares, o medo da perda do emprego, “o que faz com que a população se retraia em suas compras”. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Comércio Lojista de Belém, Paulo Souza, confirma: “Todo dia tem demissão. O comércio está se acabando. Temos que dar as mãos para que o comércio não caia”.

Fonte: O Liberal

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