cnc
sesc
senac

Taxa de endividamento no Pará é menor que a média nacional

Home / Notícias / Taxa de endividamento no Pará é menor que a média nacional

Taxa de endividamento no Pará é menor que a média nacional

13/01/2020 10:33:32

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC - CNC/Fecomércio PA) revela que a taxa de endividados no Pará no mês de dezembro de 2019 ficou em 63,2%. Já inadimplência atingiu 23,70%. Essas taxas foram menores do que a média do Brasil, 65,6% e 24,50%, respectivamente. Para o Pará, na comparação anual, o endividamento foi maior em 2019 (63,2%) do que em 2018 (54,1%) e a inadimplência menor (23,70% em 2019 e 27,7% em 2018).

Na série histórica de 2010 a 2019, analisando somente os meses de dezembro de cada ano, as taxas mais altas de endividados no Pará ocorreram nos período de dezembro de 2010 (78,4%); dezembro de 2013 (72,4%); dezembro de 2014 (76,3%) e dezembro de 2015 (76,25%). O endividamento havia decrescido desde o segundo semestre de 2016. Em decorrência da crise, os consumidores retraíram compras parceladas e isso se refletiu na taxa de endividamento. A última taxa mais alta havia sido em junho de 2016, quando foi registrado o nível de endividamento de 68,3%.

Durante todo o ano de 2019 as taxas de endividamento evoluíram. Iniciaram o ano com 52,6% em janeiro de 2019 e a taxa final foi de 63,2% em dezembro de 2019. Em 2019, mesmo com a lenta recuperação da economia, algumas medidas de política econômica motivaram e incentivaram as compras (como a liberação dos recursos extras do FGTS, a redução da taxa de juros Selic, a manutenção da inflação dentro dos parâmetros da meta etc.). Os consumidores passaram a contrair mais dívidas decorrentes do aumento das compras, só que de forma parcelada.

Desse modo, a política de crédito, com redução da SELIC chegando a 4,5% ao ano, os juros na ponta, mesmo que ainda elevados, mas de certa forammenores do que nos aos anteriores e associada aos recursos extras, os consumidores que estavam com demanda retraída, mesmo que ainda não estejam comprando no nível que desejam, mas efetuaram mais compras, só que como foram parceladas, significa que contraíram mais dívidas, por isso o aumento na taxa de endividamento.

Logo, o aumento do endividamento ocorreu em função da expansão da demanda, seja através de compras parceladas, empréstimos, pelo crédito e medidas pontuais de incentivo ao consumo. Nesse momento, o fato da taxa de endividamento ter sido maior em 2019 do que em 2018, não é negativo para a economia, já que não houve aumento da inadimplência e nem da parcela da renda comprometida com dívidas. Importante observar e acompanhar o comprometimento da renda mensal com dívidas e a inadimplência, pois é necessário monitorar a capacidade de pagamento para não engessar a economia e pelo lado do consumidor não incorrer em situação de incapacidade de realizar novas compras. 

Contudo, o consumo não pode ser impulsionado apenas pelo crédito e medidas pontuais, como aconteceu em 2019. É necessário que medidas como estas sejam acompanhadas por uma recuperação mais firme da economia, do mercado de trabalho e consequentemente da renda, para que o consumidor possa continuar realizando compras sem comprometer sua capacidade de pagamento e sem travar a economia.  Esse aumento do endividamento tem um limite para cessar e não deve comprometer mais do que 30% da renda mensal do consumidor.

O volume de vendas do comércio varejista no período de janeiro a outubro cresceu mais do que no mesmo período de 2018, porém abaixo da expectativa que os empresários tinham no início do ano de 2019 e ainda não foi suficiente para recuperar as perdas nos períodos mais fortes da crise.

Lúcia Cristina Lisboa / Assessoria Econômica Fecomércio PA

Galeria de imagens