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Fecomércio PA avalia o impacto da liberação do FGTS nas vendas do comércio varejista paraense

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Fecomércio PA avalia o impacto da liberação do FGTS nas vendas do comércio varejista paraense

30/08/2019 14:30:45

A Fecomércio PA considera que as novas regras para liberação do FGTS, estabelecida pelo governo federal, contribuem para estimular as vendas do comércio varejista e cria possibilidades de retorno dos consumidores às compras. Entretanto, são efeitos pontuais e limitados, como já ocorreu em 2017. De todo modo, diante de um cenário atual da economia com baixo crescimento, taxa elevada de desemprego, altos níveis de endividamento das famílias, confiança dos consumidores e empresários decrescendo, a liberação dos saques do FGTS vai impactar positivamente para a evolução do volume de vendas do comércio varejista, diretamente no que se refere à parte dos recursos destinados para compras e indiretamente quanto ao pagamento de dívidas atrasadas que contribuem para que os consumidores retornem a condição de adimplentes e assim possam realizar novas compras. Embora reforçamos que os efeitos serão pontuais e moderados, logo cessarão e não são resolutivos como estratégia de aumento efetivo das condições de consumo.

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumido (PEIC - Fecomércio PA/CNC) revela que no mês de julho 55,6%, dos consumidores paraenses estão endividados e destes, 19,5% encontram-se inadimplentes, (inclusive 27% informaram que no mês seguinte só pagariam parte das dívidas em atraso e 12,4% afirmaram que não teriam condições de pagar as dívidas). Diante deste quadro, estima-se que grande parte dos consumidores  destinarão os recursos decorrentes dos saques do FGTS para quitar as dívidas  em atraso ou pelo menos pagar parte destas.

A concentração de dívidas está com cartão de crédito, com 88%, seguidos de crédito pessoal; carnês; crédito consignado; cheque especial etc. Aliado ao endividamento, a taxa desemprego, que no Pará é de 11,5% (IBGE/PNAD) agrava as dificuldades para pagamento das contas em dia. Observa-se que alguns credores estão adotando medidas no sentido de flexibilizar e facilitar as negociações para que os consumidores que estão com dívidas em atraso, possam, a partir dos saques do FGTS, quitar ou reduziras dívidas, pois para os empresários é importante que os consumidores se mantenham adimplentes para novas compras.

Considerando as oportunidades de recursos extras que os consumidores terão com a liberação do FGTS, a partir de 18 de outubro próximo, alguns estabelecimentos comerciais já estão se estruturando para estratégias de vendas e ações de marketing, visando ampliação das vendas. As vendas do comércio varejista ampliado no Pará no primeiro semestre de 2019 foram superiores em 4,7% às realizadas no mesmo período de 2018 (IBGE/PMC).

O mais adequado é destinar inicialmente esse dinheiro obtido com o saque do FGTS para pagar as dívidas em atraso, se possível antecipar parcelas, ou aproveitar para comprar algo que o consumidor deseja e mensalmente não tem folga no orçamento. Isso no caso de o valor extra ser suficiente. Quando possível, optar por compras à vista. Mas, se o bem for de valor superior ao saque, o consumidor deve utilizar para dar entrada no bem, mas antes pesquisar as taxas de juros, pois existem diferenças significativas. Em junho por exemplo, a taxa de juros ficou em média 118%, mas há índices que chegam a 300%. Mesmo com a redução da taxa Selic, os juros estão menores do que nos últimos anos, mas ainda assim em patamares elevados.

Texto: Lúcia Cristina Lisboa / Assessoria Econômica Fecomércio PA

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