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Artigo: setembro é o quinto mês consecutivo com aumento na taxa de famílias paraenses endividadas

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Artigo: setembro é o quinto mês consecutivo com aumento na taxa de famílias paraenses endividadas

15/10/2019 14:51:58

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic - CNC/Fecomércio PA) registrou no mês de setembro de 2019, aumento de 6 pontos percentuais na taxa de famílias endividadas no Pará, em comparação com o mesmo mês do ano anterior e também elevação de 1,6 pontos percentuais em relação a agosto de 2019. Esse é o quinto mês consecutivo com expansão no número endividados no Pará. O percentual de consumidores com dívidas a pagar em setembro de 2019 ficou em 60,2% e no mês anterior essa taxa era de 58,6%. Em setembro de 2018, os endividados representavam 54,2% da população consumidora que respondeu a pesquisa.

O aumento no endividamento em setembro de 2019 na comparação com setembro de 2018 se explica, em parte, em função do comportamento do consumidor que de maneira mais intensa realizou compras utilizando mais a opção parcelada ou efetuou empréstimos ou contraiu financiamentos. De todo modo, a maior parte é decorrente das compras no cartão de crédito, para pagamento em média por quatro meses. Por outro lado, observa-se aquecimento na demanda no ano de 2019, visto que do mês de janeiro até agosto, o volume de vendas do comércio varejista ampliado foi superior em 4,8% às vendas do mesmo período em 2018 (PMC/IBGE).

Apesar de ainda estarem elevados, os dados de inadimplência são melhores em 2019 em relação ao ano de 2018, pois os que responderam estar com contas atrasadas em setembro de 2019 foram 20,2% e os que mencionaram se encontrar nessa situação eram 28,9% no ano anterior. O mesmo fato sobre os que disseram que não teriam condições de colocar em dia os atrasos nos próximos 30 dias: 11,9% no mês em análise e 15,7% em setembro de 2018.

Ainda como movimento positivo no indicador, observou-se que a parcela da renda das famílias comprometidas com dívidas já contraídas em setembro de 2019 está menor que no mesmo mês de 2018: 23,3% em setembro de 2019 e 28,7% em setembro de 2018. Portanto, atualmente os consumidores comprometeram menos percentuais de seus rendimentos mensais do que é considerado como limite prudencial (30%), o que significa que há alguma margem para novas compras, todavia, a decisão depende de outros fatores, assim como do planejamento individual de cada consumidor, como sua capacidade de pagamento, entre outras implicações, para não incorrer em situação de inadimplência e endividamento em excesso.

Estratificando o endividamento por faixa de renda, os mais endividados são os que possuem rendimentos acima de dez salários mínimos (72,1%), sendo que os abaixo desta faixa apresentaram taxa de 59,1%. Isto se explica pelo fato do acesso ao crédito ser mais difícil para estes últimos, todavia, ainda assim, 72,9% possuem dívidas no cartão de crédito. Os que possuem mais alto nível de inadimplência são os que se encontram com renda de até dez salários mínimos (21,01%). Isto se deve, em parte, a maior facilidade que as famílias com rendas mais elevadas têm para negociar outras formas de quitar e remanejar as dívidas.

Há expectativas positivas pelo lado do empresário e também para os consumidores, pois os recursos extras decorrentes da liberação do FGTS e no caso do Pará, a antecipação de 50% do 13º salário do funcionalismo público estadual - embora não sejam soluções de políticas econômicas resolutivas -, mas amenizam e vão contribuir para que parte dos consumidores possam reduzir as dívidas e possibilita novas compras, ou seja, tendência de incremento no volume de vendas do varejo. A inflação sob controle também influencia no comportamento da demanda por produtos e serviços.

Texto: Lúcia Cristina Lisboa / Assessoria Econômica

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