Os dados dos indicadores macroeconômicos em 2017, tais como inflação, taxa de juros e a melhoria no saldo do emprego formal em outubro, estão contribuindo para uma perspectiva positiva no volume de vendas no Pará neste ano, com possibilidades de desempenho global das vendas serem superiores em torno de 4% em comparação ao resultado de 2016, quando ocorreu queda drástica de -13,1% no volume de vendas. Apesar da conjuntura atual ainda apresentar elevadas taxas de endividamento de 39,9% e inadimplência de 35% dos consumidores endividados, segundo estudo da Fecomércio-PA, com base nas pesquisas da CNC, IBGE e dados do CAGED/MTE e Banco Central.
O volume de vendas do comércio varejista, embora tenha iniciado o ano com decréscimos nas vendas de -11,9% (janeiro), -14,2% (fevereiro), -5,3% (março) e -4,8% (abril), a partir de maio, em função da influência de alguns indicadores macroeconômicos, ocorreu mudança na trajetória descendente da curva de vendas, quando passou a registrar aumentos de 2,5% (maio), 2,8% (junho), 5,1% (julho), 7,9% (agosto) e 12,2% (setembro). Apesar do acumulado do ano (considerando janeiro a setembro), as vendas ainda se situarem em um patamar negativo de – 0,9%, os resultados registrados nos meses de maio a setembro e os que ainda serão contabilizados até dezembro, propiciarão que o desempenho anual do comércio varejista em 2017 seja de crescimento de 4% no volume comercializado em relação a 2016.
Já a receita nominal de vendas nos nove primeiros meses do ano acumula decréscimo de -1,3%, porém, a expectativa é que com as vendas que ainda faltam ser computadas e as que ainda serão realizadas, sobretudo as correspondentes às festas de final do ano, também haverá aumento na receita nominal em torno de 5% na comparação com o resultado do ano passado.
A variável emprego, que tem forte influência sobre a disponibilidade de consumo das famílias, no mês de outubro de 2017 (segundo dados do CAGED/TEM) registrou aumento nos postos de trabalho. O número de admissões (20.272) superou em 667 o de demissões (19.605) no Estado, o que terá influência positiva sobre as vendas. Embora o saldo entre admitidos e desligados no acumulado do ano até o mês de outubro ainda apresente saldo negativo de -2.380 (tendo sido admitidos no Pará 216.701 empregados e desligados 219.081), destes, o Comércio e Serviços foi responsável pela admissão de 126.722 e demissão de 128.720, com saldo de – 1.998 postos de trabalho formal. Porém, dado que em 2016 foram 39.950 demissões e mesmo que em 2017 o saldo também seja negativo, será de magnitude significativamente inferior a drástica queda de quase 40 mil empregos formais, com a consequente perda de massa salarial que tiverem forte impacto sobre o decréscimo de -13,1% nas vendas em 2016.
Texto: Lúcia Cristina Lisboa / Assessoria Econômica