Representantes de diversos órgãos e entidades de classe participaram na tarde de ontem (01) da XX Reunião do Grupo Interinstitucional de Estudos e Análise Conjuntural (GEAC), que apresentou o lançamento do Boletim da Indústria Paraense e Boletim do Comércio Varejista e Serviços do Pará 2017. O evento promovido pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) em parceria com a Fecomércio-PA, ACP, Sindilojas Belém, ACIA e Sedeme ocorreu na Casa do Comércio e reuniu o presidente do Sistema Fecomércio / Sesc / Senac Pará, Sebastião Campos, o presidente da Fapespa, Eduardo Costa, o presidente do Sindilojas Belém, Joy Colares, entre outros.
A diretora de Estatísticas, Tecnologia e Gestão da Informação da Fapespa, Maria Glaucia Pacheco Moreira, iniciou apresentando os números do Índice de Preços ao Consumidor da Região Metropolitana de Belém de 2017. Segundo Maria Glaucia, em 2017 foi a primeira vez em toda a série histórica que as categorias alimentos e bebidas apresentaram diminuição de preço. Outro tema abordado foram os indicadores econômicos do comércio, indústria e serviços, apresentados pela Diretora de Estudos Socioeconômicos e Análise Conjuntural da Fapespa, Geovana Raiol Pires. Segundo Geovana Raiol, no ano passado o Pará apresentou retomada no crescimento do saldo do comércio exterior. “A manutenção do crescimento que houve em 2017 também está prevista para o ano de 2018” – afirmou.
Comércio Varejista e Serviços
Em 2017, após dois anos de crise o volume de vendas do setor do comércio varejista paraense apresentou uma variação positiva de 1,4% no comércio restrito e 3,3% no comércio ampliado. De acordo com a pesquisa, a pequena reação do setor foi oriunda de fatores como a inflação mais baixa e a redução de preços ao consumidor. De acordo com a assessora econômica da Fecomércio-PA, Lúcia Cristina Lisboa, o setor de comércio varejista recuperou parte das vendas, porém, o setor de serviços continuou apresentando resultados negativos. “Podemos observar uma queda e redução de preços na inflação de produtos, mas esse comportamento não foi o mesmo com o setor de serviços” – comentou a assessora da Fecomércio-PA.
De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), elaborada pela CNC em parceria com a Fecomércio-PA, em janeiro de 2016 o nível de endividamento no Pará era de 75%. “Taxa de endividamento não é necessariamente ruim para o comércio, uma vez que endividamento significa que o consumidor está comprando, à prazo mas está comprando. O endividamento começa a ser ruim quando a parcela da renda comprometida com dívidas à pagar mensalmente chega a um patamar acima de 30%, então passa a engessar a economia” – explicou a economista. Mesmo com um pequeno incremento no volume de vendas o comércio paraense não se recuperou, pois apresentou uma perda acumulada de 12,54%. “Houve um pequeno incremento (1,4% no comércio restrito e 3,3% no comércio ampliado), contudo o comércio apresentou uma queda acumulada de 18,54%. Além disso, tivemos o fechamento de redes importantes aqui no Estado do Pará e um grande número de fechamento de lojas em 2016 e 2017” – ressaltou.
Texto: Adriano Abbade / Cecom Fecomércio-PA
Fotos: Veruscka Brizart