Adepender dos estudos realizados pela coordenadoria técnica da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob), no próximo dia 12, quando Belém completará 400 anos de fundação, será dado início às mudanças na reestruturação do Centro comercial da capital a partir do trânsito, com criação de binários, além da proibição de de estacionamento em um dos lados da rua XV de Novembro. A ideia é desafogar o tráfego de veículos na área sem causar grandes impactos para as cerca de 60 mil pessoas que frequentam diariamente o local. Num segundo passo, haverá a realocação dos ambulantes, mas isso será feito em comum acordo com as partes. O anúncio foi feito ontem pelo presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Fábio Lúcio Costa. Ele disse que todas as mudanças contam com apoio da sociedade, de lojistas, ambulantes, prefeitura e autoridades envolvidas com a questão do Centro comercial que “precisa ser resgatado”.

Fábio Lúcio acredita que todos são unânimes quanto à necessidade de mudanças: “Precisamos fazer mudanças para salvar o Centro de Belém que está se deteriorando”. E esta é uma luta que ele encampou desde que assumiu a CDL, há dois anos.

Para implementar tais mudanças, foram feitas várias reuniões, a última delas no dia 23 de dezembro do ano passado e que envolveu CDL, Sindlojas, Fecomércio, associações de ambulantes, Corpo de Bombeiros Militar, Semob, além do próprio prefeito Zenaldo Coutinho, que “está muito sensível com a situação e busca mecanismos, opiniões que levem a um denominador comum”, disse.

O empresário diz que está batendo em todas as portas com o objetivo de sensibilizar a sociedade civil organizada para que o antigo “Belocentro” volte às suas origens, já que hoje mais parece os mercados livres da Índia. Além da Semob, também participa dos debates representantes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e da Polícia Militar. “É muita complexa a mexida no Centro comercial. O que temos discutido bastante é que, para que se mexa no Centro, temos que fazer por etapas. E uma das etapas que nos preocupa bastante, nesse primeiro momento, é o acesso de viaturas (Corpo de Bombeiros, ambulâncias, Samu) em uma possível emergência dentro do Centro. E aí a gente defende que, rapidamente, se mexa na desobstrução de algumas ruas principais”. Fábio Lúcio diz que tirar um lado de estacionamento na Rua XV de Novembro está entre os planos, além de fazer binários nas ruas Ó de Almeida e Aristides Lobo, para que os veículos possam subir da Avenida Presidente Vargas para a 16 de Novembro e vice-versa sem a necessidade de utilizar a XV de Novembro ou o Boulevard Castilhos França, cujo trânsito é sempre muito intenso. “Em caso de emergência, é preciso que a gente desvie os ônibus do Boulevard para a XV e como vamos fazer isso se continuar aquela confusão com carros estacionados por todos os lados?”.

Outra ideia, segundo Fábio Lúcio, é sinalizar algumas transversais e proibir que carros sejam estacionados nos quatro cantos, prejudicando a manobra e a fluidez do trânsito. Mas admite que, para isso, é necessária fiscalização pela Semob e que a própria sociedade se conscientize que essas mudanças só servirão para melhorar a vida de todos que se deslocam até o Centro de Belém.

EMPRESÁRIOS

De acordo ainda com o empresário, depois dessa fase e da realocação dos ambulantes, “há de se ver como organizar pontos de estacionamentos. Finalmente, partiremos para os investimentos dos lojistas a fim de se resgatar o patrimônio que existe no Centro comercial e que está deteriorado, se acabando, correndo o risco de se perder definitivamente”. Fábio Lúcio cita o recente incêndio ocorrido em lojas na Rua Santo Antônio, cujos prédios dificilmente poderão ser recuperados, o que demandará grandes investimentos financeiros. “Considerando a crise econômica, essas coisas ficam inviáveis, mas a gente não pode desistir”, disse o empresário, que aguarda o chamado da Semob para uma nova reunião provavelmente ainda esta semana, com objetivo de implementar as primeiras mudanças já no aniversário de Belém.

Fonte: ORM News